Postado 2 de junho de 2021
Você chega na gôndola de vinhos: tannat, syrah, uvas e safras, tintos e rosé, chardonnay, espanhóis, franceses, chilenos e brasileiros. Parece tudo indecifrável, como os hieróglifos. Calma, essa é uma cena comum e é normal que haja dúvidas na hora de escolher o melhor vinho para aquele jantar a dois ou aquela confraternização entre amigos. Para te auxiliar, preparamos aqui um guia simples e prático da harmonização de vinhos!
Para começar, é importante que você entenda que o universo dos vinhos é complexo e amplo, por isso você não precisa saber tudo, nem conhecer todas as cepas, o terroir ou a complexidade dos taninos de cada garrafa. É preciso começar aos poucos e ir descobrindo aquilo que te interessa e agrada nesse universo, para que você consiga fazer as melhores harmonizações de vinho em casa, descobrindo sabores e aguçando seu paladar.
Aquela imagem meio francesa, um cachecol, uma taça de vinho e a sensação de que a harmonização de vinhos é uma arte nata e romântica: esqueça isso. A harmonização de vinhos vem desse encontro químico entre os sabores do vinho e os sabores dos alimentos, por isso mesmo sommeliers, enólogos e vinicultores estão sempre estudando encontros, sabores, temperaturas e safras.
Essencialmente, podemos entender que a harmonização de vinhos tem muitas variáveis, algumas que vem do próprio vinho, já que temos que levar em conta:
1.O tipo de uva;
2. A safra daquele vinho;
3. A região de produção;
4. O produtor;
5. A temperatura de armazenamento de vinhos; entre outros.
Também é preciso entender o que iremos harmonizar com esse vinho, isto é, o que iremos comer?
1.É doce ou salgado?
2. Quais ingredientes leva?
3. Tem muitos temperos?
4. Qual o tipo de cocção desse prato?
5. Em qual temperatura ele será servido?
Além disso tudo, há o fator humano, isto é, quem irá apreciar essa combinação e aonde. Tudo pode influenciar na sua escolha: o dia, a hora, o lugar, a temperatura, a estação do ano. Num dia chuvoso, você está mais propenso a algo x, num dia solar a algo y, e assim somamos essas variáveis infinitas.
Mas calma: há caminhos para que você consiga encontrar lógica nesse aparente caos. Com determinados conhecimentos iniciais você já consegue fazer casamentos interessantes entre seus pratos e bons vinhos.
Falar em regras parece rígido demais e, uma vez que há muitas variáveis, essas regras podem ser quebradas sem medo, por isso nós chamaremos aqui de sugestões, para que você saiba por onde começar na hora de pensar na sua harmonização.
Essencialmente, na hora de combinar um prato e um vinho você quer sentir o sabor dos dois de forma ampla e que essa combinação apenas ressalte sabores e não os mascare ou diminua, por isso podemos pensar a harmonização por dois pontos: semelhança ou contraste.
Semelhança: você irá pensar sempre que pratos leves pedem vinhos leves. Por exemplo, um peixe com poucos temperos pede um vinho branco mais fresco e leve. Agora, uma carne com molho vermelho e especiarias pede um vinho mais encorpado, como um tinto de caráter mais forte.
Contraste: você pode buscar o equilíbrio na diferença. Se o prato for condimentado, você pode escolher um vinho mais adocicado, que irá trazer outras nuances de sabores – isso é uma ótima solução para pratos apimentados, por exemplo. Essa busca de contraste também serve para pratos gordurosos e “pesados”, pois eles pedem algum que ajude a balancear essa força, por isso você pode investir em vinhos mais ácidos ou mesmo com menos complexidade, para que não haja uma briga de sabores no seu paladar.
Mas agora você deve estar se perguntando: mas como saber o que é um vinho leve ou um vinho encorpado?
Não poderíamos de fora um dos pares mais clássicos quando o assunto é harmonização: queijos e vinhos. Aqui separamos para você algumas sugestões de pares que funcionam muito bem e são excelentes opções de aperitivos para uma tábua de queijos pra receber os amigos em casa.
Dentro do universo dos vinhos branco, rosé e tinto, nós temos diferentes níveis de complexidade e sabores, por isso separamos aqui um infográfico simples que irá te iniciar nesse universo, para que você saiba qual tipo de vinho comprar e como fazer harmonizações iniciais:
As informações do infográfico acima servem como base, porém as coisas podem ser variáveis. Por exemplo, se você prepara um fondue de queijo, a dica é que você escolha um vinho de corpo médio, como um Merlot. Agora, se você pensa em um fondue de chocolate, as coisas mudam de figura, pois estamos falando de uma sobremesa.
Há quem seja fã da combinação de um belo vinho tinto encorpado com um chocolate meio amargo, mas isso varia conforme o paladar. No caso de um fondue de chocolate, que é mais doce, a dica é investir em um vinho que também seja mais adocicado ou mais frutado, como um Pinot Noir ou mesmo um Pinot Noir Rosé.
Esse tipo de detalhe também é válido quando falamos de culinárias que possuem temperos muito específicos, como a cozinha indiana, árabe ou mesmo a nossa cozinha nordestina. Quando falamos em pratos como o acarajé, o vatapá ou um belo bobó de camarão, você não quer que os sabores sejam mascarados ou briguem com um vinho tão encorpado quanto, por isso vale aplicar a dica do contraste: muitos temperos? Opte por um vinho não tão complexo, para que eles conversem de forma balanceada.
E lembre-se: regras podem ser quebradas! Cada paladar é diferente e o que falamos aqui são sugestões. Teste os vinhos que você gosta e veja como eles conversam com seus temperos preferidos. Às vezes você é o tipo de pessoa que gosta de um prato de sabor marcante ao lado de um vinho tão intenso quanto e está tudo bem. O universo dos vinhos é super rico e interessante, mas acima de tudo esse precisa ser um momento seu, de descontração e leveza.
Harmonização de vinhos é equilíbrio e experimentação
Esse olhar de equilíbrio é importante, pois os alimentos são muito complexos. Por exemplo, quando falamos de frutos do mar, podemos estar nos referindo tanto à ostras quanto a lulas à dorê. O sabor da lula é muito mais leve quando comparamos com as ostras, que são servidas, em sua maioria, com a presença marcante do limão, isto é, muita acidez.
Esses pequenos detalhes são notados com o tempo e a experiência, por isso é importante você ir conhecendo os rótulos dos vinhos que você mais gosta e ir tentando casando-os com os seus pratos preferidos, criando as suas harmonizações e descobrindo aqueles sabores que te agradam.
Dica Brastemp: Para fazer essas experimentações e descobrir esses sabores é importante que você mantenha seus vinhos sempre na temperatura ideal para cada tipo de uva, preservando as características e as complexidades de cada garrafa. Para isso, nossa sugestão é uma Adega Brastemp 12 Garrafas com painel touch, com controle de temperatura, para uma maior precisão e cuidado com seus vinhos.
Que tal saber mais? Veja as temperaturas ideais de seu vinho, as taças a usar e como guardá-los.